segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Um quadro
No quarto em cima da cabeceira
O homem engravatado e A mulher nua
Ele é só trabalho
Ela é só poesia
Ela de alma toda, se despe, se mostra nua
Devia assim estar inteira
Mas no fim fica vazia...
Ele de terno, trabalha todo tempo, se mostra fortaleza
mas dentro em si, sem se mostrar, é só fraqueza...
Cadê a poesia dele?
Cadê o trabalho dela?
Se escondem
Se encontram
Na cama
Fazem um filho
Nova geração que é
metade trabalho
metade poesia
quer ver sentido em tudo, não quer hipocrisia
Quer dinheiro e tempo! 
Não quer vida vazia...
Como é difícil esse equilíbrio...
como é fácil se perder em uma só metade...
Desatar a vida
Desfazer os nós
costurar trabalho e poesia, dinheiro e sentido...
Aos poucos achamos as linhas, os caminhos
Construímos novo mundo possível...

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