terça-feira, 28 de julho de 2009

viajando...

Fui pra Israel pra pensar... pra aprender mais sobre meus antepassados... pra me aproximar de uma cultura que faz parte da minha história de alguma maneira... mas também fui pra esquecer... queria afogar minhas mágoas no mar morto... queria que morresse a dor que dói dentro de mim...
Visitei a terra sagrada procurando respostas... porque dizem que lá Deus fala mais do que em outros lugares... Viajei quilômetros procurando respostas, me fazia perguntas procurando respostas... De repente esqueci de tudo, de todas as perguntas que eu tinha, de todas as respostas que eu procurava...
Senti o vento, vi a imensidão do mar e também a imensidão do deserto... descobri que o deserto, ás vezes, parece tão infinito quanto o mar...
Vi o sol nascer nas montanhas e morrer no mar... vi o dia morrer muitas vezes e nascer apenas algumas...
Ouvi o eco dos meus medos e aflições, escutei as preces que tanta gente fez durante os tempos...
Conheci pessoas, dei risadas, ouvi piadas, ouvi histórias, contei de mim e fiquei em silêncio...
Senti o sol quente e o corpo cansado, dancei e me perdi...
Me permiti conversar com estranhos e falar coisas sem pensar demais...
Flutuei no mar morto e descobri que ás vezes o melhor mesmo é boiar pela superfície...
Vi jovens armados... vi medo e desejo... certeza e dúvida estampados no rosto de cada um... eu me perguntei sobre as diferenças e sobre as tradições... me perguntei sobre as traições... e sobre a confiança... me perguntei sobre a vida e sobre a morte... sobre a preservação da espécie... sobre a preservação de uma cultura... e sobre o preconceito...
Afinal, não somos todos humanos? Quais são as fronteiras? E pra que servem?
Respiro... sei que não há resposta... mas meu desejo é grande... não paro de procurar... quero entender... porque é tão difícil viver em paz...
então escrevo...


Somos todos drogados
Uns de ópio, outros de álcool
Uns de música, outros de trabalho
Uns de tristeza, outros de diversão
Somos todos drogados
Pra esquecer das incertezas
Das verdades que não se pode alcançar

Nos pegamos aos pequenos detalhes
De determinado campo da vida
Pra não olhar pro todo
Pra não ver que a falta de sentido
É o que salta aos olhos
Pra não ver que se todos parassem de se drogar
Talvez alguma coisa poderia ser feita

Pela nossa educação deseducada
Pelas crianças que morrem de fome
Pelas matas que acabam queimadas
Pelas injustiças cometidas
Pela vida...
Vazia...
Do planeta que o homem ainda não aprendeu a habitar