quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A CIDADE E O CÉU

Aquela cidade eu não sei o nome... me esqueci... porque ela era tão maravilhosamente enlouquecedora que me envolveu e me levou para longe dela...

Fui parar no céu e olhava para a cidade lá em baixo, bem pequenininha, cheia de pequenas e estranhas pecinhas. Algumas se moviam constantemente como formigas trabalhadoras... Outras se quedavam paradas e envelheciam com o tempo sem cuidado...

Eu admirava e estranhava a beleza das coisas sem nome, lá... tão distantes... eram pontinhos brilhantes com os quais eu brincava... De dia as coisas ficavam mais claras e eu percebia o quão sério era aquilo tudo. Cidade onde viviam os seres mais bonitos e mais monstruosos da galáxia...

Aconteceu um dia que deu uma chuva gelada com pedras transparentes que derretiam quando iam chegando perto do chão... Eu caí com elas... Fui parar lá em baixo, no meio da cidade... Me assustei no começo, mas depois as coisas começaram a fazer sentido... Ou será que fui eu que perdi os sentidos? Sentia medo do que era vivo... mas era estranho, porque ás vezes ali as coisas pareciam mais mortas do que quando vistas lá de cima...

Fui chegando bem perto do piso e encontrei um buraco no chão... Para dentro do buraco haviam histórias sem fim, caminhos que se cruzavam e se separavam sem chegar a um lugar comum... Ali se dava, ao mesmo tempo, o entendimento e o desentendimento do mundo... Alguém me pediu ajuda para carregar terra por um dos caminhos... me envolvi na tarefa e, sem perceber andei muitos kilometros...

Parei para descansar, olhei para cima e era de noite... lá... tão distante, haviam milhares de pontinhos brilhantes... Será que eram eles que brincavam comigo e eu não sabia?

DaniK – 26/10/2010