sexta-feira, 24 de abril de 2009

20/11/2008

Não sei bem o que sinto... tristeza com misto de liberdade... medo... do desconhecido... e curiosidade... Minhas portas estão entreabertas... Vivo no meio fio. Sou aranha que tece a vida aos poucos... que não se arrisca a atravessar totalmente a porta e nem tem coragem de fecha-la completamente.
Não sei parar de olhar para o lado de fora da porta, insisto em descobrir o mistério... insisto em saber o que há por trás da porta, no entanto tenho medo de atravessa-la completamente e me perder... tenho medo de não achar o caminho de volta ou de perder de vista os mistérios e a beleza que ficam deste lado da porta...
E o que se pode fazer? Será possível transitar? Será possível viver no meio fio e tecer a vida aos poucos, como quem não tem pressa, como se diante da gente estivesse a eternidade?
Só que de vez em quando vem a pressa... porque sei que a vida é curta...e há tanto pra se viver e o tempo parece pouco... parece louco... pareço louca que não sabe o que diz...

terça-feira, 21 de abril de 2009

Lá fora a chuva cai
E eu não tenho tempo de olhar pra ela
Não tenho tempo de sentir a água
Tenho medo de ficar doente
Não me dou tempo de sentir a vida
Tenho medo de ficar doente...
E que vida? Se desde que nascemos já
Começamos a morrer? Será?
Eu não sei nada, mas vejo a água caindo,
A água da chuva e a água dos rios...
Poluição, petróleo, destruição...
E nem sei o que sinto, não sei mais
No que eu acredito... Cidade poluída,
Eu poluída... Poluída de preconceitos,
De opiniões, de sonhos, de desejos,
De frustrações... E a vida?
Segue sem entendimento,
Sem tempo de ser vida
Mas ainda não é hora de mudar de vida,
É hora de mudar o ponto de vista...
No que você acredita?

DaniGomkle-07/11/2004

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Há dias em que escrever me parece inútil
Aliás, em muitos dias – na maioria deles, na verdade, - sinto que escrever é inútil
Porque parece que tudo o que digo já foi dito
Tudo que penso já foi um dia pensado
Mas, no entanto, escrevo.
Escrevo porque não sei mais o que fazer...
Escrevo porque não posso sozinha acabar com a fome do mundo...
Escrevo porque não posso sozinha acabar com a corrupção...
Escrevo porque não posso sozinha limpar toda a água que já foi poluída...
E porque não posso sozinha plantar todas as árvores que já foram queimadas...
Escrevo...
Escrevo porque sinto que tudo que faço é ainda muito pouco...
Escrevo porque não caibo em mim...
Escrevo porque não posso ser tudo...
Escrevo porque preciso aprender a escolher e isso me dói...
Escrevo porque só posso ser uma parte de tudo aquilo que eu poderia ter sido...
Escrevo porque não sei o que fazer com isso que me atormenta...
Escrevo porque me alivia...
Escrevo porque a morte veio me visitar e já não sou mais a mesma...
Escrevo porque não quero ser sempre a mesma...
Escrevo porque quero sim ser sempre a mesma...
Escrevo porque tenho saudade de quando eu era criança e pensava que ia entender o mundo quando eu crescesse...
Escrevo porque ainda não entendo...
Escrevo porque queria que alguém me explicasse como as coisas funcionam...
Escrevo porque hoje sei que ninguém poderá me explicar...
Escrevo porque sei que ninguém entende muito e mesmo assim finge que entende... e eu não compreendo como pode ser isto...
Escrevo porque escrevo...
Porque algum dia alguém me disse que eu escrevia bem...
Porque algum dia alguém me elogiou e eu pensei que escrever era bom...
Escrevo porque acho que não sei fazer muito mais...
Se eu fosse atriz – boa atriz – eu viveria
Mas sou espectadora, sou platéia, tenho olhos grandes
E não sei representar...
Então eu escrevo.

(12/04/2009)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

"Acontece que eu achava que nada mais tinha jeito. Então vi um anúncio de água de colônia da Coty chamada Imprevisto. O perfume é barato mas serviu para me lembrar que o inesperado bom também acontece. E sempre que estou desanimada, ponho em mim o Imprevisto."
(Clarice Lispector)